terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Projeto didático–Música e Sociedade

Lições-concerto para o ensino Secundário, na Casa das Artes

O professor italiano Maurizio Padovan, nos dias 9, 11 e 12 de janeiro, conduziu os alunos de várias turmas do ensino secundário numa digressão cultural retrospetiva, desde a Idade Média ao Renascimento, passando pela Europa Barroca, até à primeira metade do séc. XX.

Na primeira lição-concerto, direcionada para os alunos do 10º ano, os conhecimentos fluíram num cenário variado de imagens, sons e curiosidades culturais: a invenção da escrita musical pelos monges; a criação poética para ser cantada de castelo em castelo pelos trovadores; o kyrie, designação atribuída à música medieval; os cânticos gregorianos e os instrumentos musicais mais comuns; a referência a Os Carmina Burana e a influência franco-provençal da poesia trovadoresca, ilustraram claramente a afirmação do início da sessão – A música é uma imagem da nossa sociedade. Avançou-se no tempo e a época renascentista impôs-se. Em Itália, na cidade de Milão, a sociedade deslumbrou-se com um músico excecional, acabado de chegar: Leonardo da Vinci. Foi uma surpresa condimentada com o facto de este génio plurifacetado tocar um instrumento de prata de sua própria invenção.

No dia 11 de janeiro, os alunos do 11º ano assistiram ao nascimento do teatro musical e à abertura da arte de representar ao público em geral. De Veneza, passaram pela corte francesa iluminada pelo Rei-Sol, Luís XIV, pela Alemanha, onde J. S. Bach compôs sinfonias prodigiosas, sempre atuais, cujas adaptações fazem sucesso em vários estilos musicais contemporâneos. Nesta sequência, conheceram-se os cantores castrati, sua história de vida singular e triste e seus êxitos tão estrondosos quanto solitários.


E, finalmente, no dia 12, os alunos do 12º ano viajaram no encalço dos “Percursos musicais da primeira metade do séc. XX”, da Europa à América. Assim, aproveitando as potencialidades da imprensa, a música expandiu-se pelo mundo inteiro; seguidamente, conheceu a invenção do disco e a primeira gravação musical. Compositores talentosos, como Eric Satie, o francês Claude Debussy e o russo Igor Stravinsky imprimiram à música inovação. Da mesma forma, a pintura pós-impressionista de vanguarda, em que um dos expoentes é Pablo Picasso, as construções arquitetónicas da Belle Époque, bem como outras manifestações artístico-culturais evoluíram surpreendentemente, trazendo novidades concetuais diferentes e arrojadas. A 1ª Grande Guerra, apesar do rasto de destruição e sofrimento, deixou emergir a Escola de Arte alemã – a Bauhaus – de onde saíram artistas de qualidade e inovadores. O dramaturgo Bertolt Brecht agarra num novo conceito de fazer teatro, propondo ao espetador uma atitude intelectualmente ativa, no desenrolar do espetáculo. Da sua produção consta a atualização da Ópera dos Três Vinténs. Chegando à América, a música de George Gershwin enche a sala, assim com o Jazz e o cinema.

No final de cada lição-concerto, os alunos aplaudiram e afirmaram verbalmente o seu agrado e interesse pelos conteúdos abordados e pela sua exposição.

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