quarta-feira, 1 de junho de 2022

 

Concurso Uma Aventura … Literária 2022

No ano em que se assinalam os 40 anos da coleção Uma Aventura, os alunos das turmas A e H da Escola Básica Padre Himalaya também contribuíram para o sucesso desta edição que contou com 12.798 trabalhos a concurso.

Deste modo, as alunas do 5.ºH, Eva Pereira e Vitória Outeiro, que concorreram na modalidade Olimpíadas da História, com o reconto de “O romance trágico de Inês de Castro”, que integra a obra Portugal – História e Lendas, viram o seu trabalho reconhecido, tendo sido distinguidas com uma Menção Honrosa. Além do diploma, as premiadas receberam também um livro da coleção Uma Aventura, oferecido pela Editorial Caminho.

Parabéns às vencedoras e a todos os participantes que se juntaram a este concurso que é já um marco no panorama nacional.

O amor que levou à morte

Vendo que o filho estava em idade casadoira, D.Afonso IV seguiu a tradição e ordenou que pedissem a mão de uma nobre rapariga para casar com o seu filho Pedro. A sorte recaiu sobre Constança Manuel, que fazia parte da família real de Castela.

O príncipe acabou por casar com D.Constança, mas, porque o coração tem muita força e nem sempre se consegue contrariar, o dele rendeu-se a uma das aias da esposa. Sem conseguir disfarçar o seu amor, todos comentavam a traição amorosa. Havia quem dissesse que que D.Constança também era sabedora e, precisamente por isso, convidou a aia para madrinha do seu primeiro filho, pois, naquele tempo, os padrinhos da criança eram considerados irmãos dos pais. Ora, D.Constança pensava que, com este plano, afastaria de vez o coração do seu marido da aia. Mas, agora, a sorte não estava do lado dela. O seu pequeno Luís, morreu uma semana após o batizado, tendo dado azo a boatos na corte que culpavam Inês da morte da criança.

Se já não era uma mulher querida pelas mulheres, devido à sua beleza, e pelos homens, porque os desprezava, a partir daquele momento, tudo piorou.

Ainda assim, os jovens amantes continuaram a viver de forma recatada o amor que sentiam um pelo outro, sem que o príncipe colocasse de lado as suas obrigações de marido. Prova disso, no ano seguinte, nasceu D.Fernando, filho de D.Pedro e de D.Constança. No entanto, quis o destino que D.Pedro ficasse viúvo e, a partir dessa altura, juntou-se à sua amada Inês. Seguiram-se tempos de felicidade e, quando já tinham três filhos, mudaram-se para Coimbra, onde passaram uma temporada naquela que hoje é conhecida por Quinta das Lágrimas.

Como a felicidade de uns é incómodo de outros, ressuscitaram os mexericos na corte, influenciando o rei a matar Inês, uma vez que seria a única forma de a afastar da vida de D.Pedro. Certo dia em que o príncipe tinha ido caçar, o rei acompanhado de três homens foi procurar a jovem apaixonada, tendo combinado que a matariam onde a encontrassem. Esse encontro deu-se perto de uma fonte.

Apercebendo-se da situação, Inês suplicou ao rei que não a matasse, dizendo-lhe que os filhos ficariam órfãos de mãe. Estas palavras amaciaram o duro coração do rei. Porém, para não voltar atrás com a palavra, foi-se embora, tendo deixado a vida de Inês nas mãos dos carrascos que, sedentos de sangue, acabaram por a apunhalar.

Reza a lenda que a mancha vermelha que se vê na fonte foi do sangue de Inês que para ali escorreu e assinalou o tenebroso crime contra uma inocente apaixonada.

D.Pedro revoltou-se contra o ato do pai, destruindo castelos e povoações. Mais tarde, acabou por o perdoar, mas jurou vingar-se dos assassinos da sua amada como veio a acontecer logo que subiu ao trono. Ordenou que os perseguissem, conseguiu prender dois   e mandou-os matar, dando indicações de que o coração de um seria arrancado pelo peito e o de outro pelas costas. Há quem diga que também desenterrou Inês, a sentou no trono e obrigou a corte a beijar-lhe a mão. Se em relação a isto não há certezas, não restam dúvidas quanto ao enterro que lhe preparou. Para homenagear a sua amada, mandou construir dois túmulos, um para si e outro para ela e que fossem colocados no Mosteiro de Alcobaça. Organizou um cortejo fúnebre, entre Coimbra e Alcobaça. As ruas encheram-se de pessoas de todas as classes sociais e fizeram-se múltiplas vénias à passagem da urna que ia acompanhada de muitos criados que erguiam tochas acesas.

E foi assim que um coração despedaçado procurou fazer justiça e vingar a morte da sua inocente amada que foi tratada como rainha depois de morta.  

Este reconto foi baseado no livro Portugal – História e Lendaspáginas 63 e 64.

Trabalho realizado por:

Eva Barros Pereira, N.º3, e Vitória Sousa Outeiro, N.º20

5.ºH

Escola Básica Padre Himalaya

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